Pensar à prática!

"Para cada homem com todas suas funções, a sociedade possui um substituto em potencial à espera." (Adorno)

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Como se deu o surgimento do esporte? (2 A e B)

Esporte e cidadania

             Do século XVI em diante a Europa começa a sofrer um intenso processo civilizador, processo esse em que o autocontrole, os modelos de condutas sociais e de sensibilidade à violência começam a transformar-se drasticamente em uma determinada direção. (ELIAS, 1993, p.41).
Nessa época, século XVI, a burguesia não incomodava a nobreza, muito menos seus privilégios; não havia na classe superior nada que lembrasse as classes mais baixas, exceto o sentimento de desprezo (Idem, p.220)
             Já no séc. XVIII, a burguesia havia se consolidado como um poderio econômico, porém, o prestígio social e político ainda permaneciam com a nobreza, mas, com o aumento das cadeias de interdependências, o rei se viu obrigado a atrelar-se à burguesia devido às suas vantagens econômicas.
 
                Durante o século XIX, especialmente na França, acontecia a consolidação da burguesia como classe social que para manter sua hegemonia, como classe dominante, precisava investir na construção de um novo homem “um homem que possa suportar uma nova ordem política, econômica e social, um novo modo de reproduzir a vida sob novas bases” (SOARES, 2001, p.5).
                  A Educação Física adquire uma grande importância na consolidação deste projeto de construção de um novo homem, pois ela passará a ser a própria expressão da sociedade do capital. A Educação Física, através de seus métodos promoverá a automatização dos gestos, tornará os homens disciplinados e promoverá a saúde.
                 
                Neste período, início do século XIX, a Europa se encontrava em grande expansão econômica e a necessidade de mão-de-obra para trabalhar nos mais diversos setores da produção industrial era premente, o que ocasionou um grande inchaço das cidades e acabou criando miséria nas periferias das cidades proporcionando um modo de vida degradante. O rápido e desordenado crescimento das cidades não foi acompanhado pela ampliação dos serviços de saneamento básico e outros mais básicos, como limpeza das ruas e serviços sanitários. Como conseqüência começam a aparecer as grandes epidemias, como a cólera e o tifo, dentre outras, demonstrando a grande deterioração do espaço urbano.
                   Em 1848, essa massa de pessoas que vivia em condições subumanas, que tinha uma jornada de trabalho de 13 a 16 horas diárias, que recebia salários insuficientes para a subsistência, que vivia excluída de todo o processo de crescimento da sociedade, começa a tomar consciência de que formava uma classe social e começa a mostrar sua força de classe reivindicando melhorias sociais.
.
             Neste quadro social pintado pela elite, a Educação Física tem importância fundamental, pois esta será entendida como um eficaz instrumento para viabilizar a educação higiênica e moralizar os hábitos das classes populares (Idem, p.11)
              Concomitantemente a todo esse processo de evolução ideológica da elite o desenvolvimento do esporte passa a refletir o aumento da sensibilidade à violência e às normas de condutas. Basta compararmos os jogos da Idade Média, ou até início dos tempos modernos, realizados com bola como o futebol ou rugby e notaremos um significativo aumento da sensibilidade à violência. Podemos observar também a mudança de orientação no desenvolvimento do boxe, pois as formas mais antigas de boxe ou pugilismo não eram práticas totalmente desprovidas de regras, mas esta prática somente transformou-se em esporte quando foram adotadas ou criadas regras rígidas que tinham como principal função a proteção da integridade física dos praticantes (ELIAS, 1992, p.42).
            Portanto, com a transformação da sociedade, necessariamente os passatempos da época também tiveram que se transformar para que pudessem atender aos interesses da sociedade, transformando assim, os antigos passatempos em esporte.
           
                Assim, há uma grande influência dos valores liberais no processo de construção do esporte. Acreditamos que essa articulação entre a proliferação dos esportes, a proliferação das escolas para as classes médias, a jornada de trabalho reduzida, a uniformização das regras, a igualdade de chances de vitória e o caráter utilitarista do esporte em relação à juventude, não se deram de maneira espontânea como se alguém tivesse idealizado e iniciado esse processo. Acreditamos que a elite identificou estes aspectos ou características durante a construção do processo de transformação dos passatempos em esporte e as articulou para que pudessem manter seus privilégios e disseminar uma ideologia con

Como se deu o surgimento do esporte? (2 A e B)

Esporte e cidadania

             Do século XVI em diante a Europa começa a sofrer um intenso processo civilizador, processo esse em que o autocontrole, os modelos de condutas sociais e de sensibilidade à violência começam a transformar-se drasticamente em uma determinada direção. (ELIAS, 1993, p.41).
Nessa época, século XVI, a burguesia não incomodava a nobreza, muito menos seus privilégios; não havia na classe superior nada que lembrasse as classes mais baixas, exceto o sentimento de desprezo (Idem, p.220)
             Já no séc. XVIII, a burguesia havia se consolidado como um poderio econômico, porém, o prestígio social e político ainda permaneciam com a nobreza, mas, com o aumento das cadeias de interdependências, o rei se viu obrigado a atrelar-se à burguesia devido às suas vantagens econômicas.
 
                Durante o século XIX, especialmente na França, acontecia a consolidação da burguesia como classe social que para manter sua hegemonia, como classe dominante, precisava investir na construção de um novo homem “um homem que possa suportar uma nova ordem política, econômica e social, um novo modo de reproduzir a vida sob novas bases” (SOARES, 2001, p.5).
                  A Educação Física adquire uma grande importância na consolidação deste projeto de construção de um novo homem, pois ela passará a ser a própria expressão da sociedade do capital. A Educação Física, através de seus métodos promoverá a automatização dos gestos, tornará os homens disciplinados e promoverá a saúde.
                 
                Neste período, início do século XIX, a Europa se encontrava em grande expansão econômica e a necessidade de mão-de-obra para trabalhar nos mais diversos setores da produção industrial era premente, o que ocasionou um grande inchaço das cidades e acabou criando miséria nas periferias das cidades proporcionando um modo de vida degradante. O rápido e desordenado crescimento das cidades não foi acompanhado pela ampliação dos serviços de saneamento básico e outros mais básicos, como limpeza das ruas e serviços sanitários. Como conseqüência começam a aparecer as grandes epidemias, como a cólera e o tifo, dentre outras, demonstrando a grande deterioração do espaço urbano.
                   Em 1848, essa massa de pessoas que vivia em condições subumanas, que tinha uma jornada de trabalho de 13 a 16 horas diárias, que recebia salários insuficientes para a subsistência, que vivia excluída de todo o processo de crescimento da sociedade, começa a tomar consciência de que formava uma classe social e começa a mostrar sua força de classe reivindicando melhorias sociais.
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             Neste quadro social pintado pela elite, a Educação Física tem importância fundamental, pois esta será entendida como um eficaz instrumento para viabilizar a educação higiênica e moralizar os hábitos das classes populares (Idem, p.11)
              Concomitantemente a todo esse processo de evolução ideológica da elite o desenvolvimento do esporte passa a refletir o aumento da sensibilidade à violência e às normas de condutas. Basta compararmos os jogos da Idade Média, ou até início dos tempos modernos, realizados com bola como o futebol ou rugby e notaremos um significativo aumento da sensibilidade à violência. Podemos observar também a mudança de orientação no desenvolvimento do boxe, pois as formas mais antigas de boxe ou pugilismo não eram práticas totalmente desprovidas de regras, mas esta prática somente transformou-se em esporte quando foram adotadas ou criadas regras rígidas que tinham como principal função a proteção da integridade física dos praticantes (ELIAS, 1992, p.42).
            Portanto, com a transformação da sociedade, necessariamente os passatempos da época também tiveram que se transformar para que pudessem atender aos interesses da sociedade, transformando assim, os antigos passatempos em esporte.
           
                Assim, há uma grande influência dos valores liberais no processo de construção do esporte. Acreditamos que essa articulação entre a proliferação dos esportes, a proliferação das escolas para as classes médias, a jornada de trabalho reduzida, a uniformização das regras, a igualdade de chances de vitória e o caráter utilitarista do esporte em relação à juventude, não se deram de maneira espontânea como se alguém tivesse idealizado e iniciado esse processo. Acreditamos que a elite identificou estes aspectos ou características durante a construção do processo de transformação dos passatempos em esporte e as articulou para que pudessem manter seus privilégios e disseminar uma ideologia con

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

A violência e as artes marciais - 8 A e B


A VIOLÊNCIA E AS ARTES MARCIAIS



A violência hoje praticada em áreas urbanas está crescendo muito e chegando a níveis intoleráveis por todos nós.

Não só adultos como também a juventude de hoje está cada vez mais violenta principalmente pelo fato de que vivemos em uma sociedade que constantemente faz apologia a violência como formas de heroísmos e glórias. Essas manifestações de violência chegam até nós de diversas formas tais como: televisão, cinema, desenhos animados, brincadeiras infantis com uso de armas de brinquedo, e outros costumes que invariavelmente incitam atos violentos.

Muitas pessoas temem as artes marciais e seus praticantes porque acham que são eles os responsáveis pela violência neste mundo. Uma vez que eles aprendem técnicas consideradas "mortais" ou "fatais", a mídia acredita que os artistas marciais são violentos e, sem exagero, perigosos.

Então para que servem o uso das artes marciais? - pessoas poderiam perguntar. Servem, antes de tudo, para modificar em tudo na vida de uma pessoa. Até em atividades que não tenham nada a ver com esporte ou movimento, a pessoa apresenta um rendimento e uma criatividade maior. Contribuem também na formação da personalidade da criança inciando os treinamentos juntamente com as atividades escolares.

Além de melhorar a vida de uma pessoa, as artes marciais ajudam o artista marcial a encarar a violência como um mal que pode ser combatido e não como uma arma a ser usada. Para que brigar??? Para que machucar ou matar alguém?? O que se ganha com isso?O problema da violência crescente nos dias de hoje está enraizado na organização familiar e social  bem como nos problemas sociais em que vivemos.

Nossos jovens crescem e se educam aprendendo que atos de bravura e heroísmos são sinônimos de violências de diversas formas. O poder da TV nos dias de hoje intensifica ainda mais essa penetração de tais conhecimentos deturpadores dentro de nossas casas.

Nossos governantes ainda mantém uma política de combate a violência centrada em repressão e punições enquanto a idéia mais adequada seria investir muito mais em educação e no controle de informações com conteúdos violentos veiculadas por todos os seguimentos da mídia. Também seria aceitável a melhora considerável das condições de cidadania das pessoas que dessa forma retomariam aquele sentimento de humanidade há tanto perdidos.

O que vemos na maioria dos casos é um explosão de violência juvenil que assusta ainda mais nossas comunidades. Todos os dias assistimos nos noticiários que atos de violência foram cometidos na maioria dos casos por menores infratores.

O problema se agrava ainda mais pelo fato de a legislação que cuida dos direitos e deveres dos menores em nosso país (Estatuto da Criança e do Adolescente) servir de escudo para esses menores praticarem qualquer tipo de ato ilícito. Essa mesma legislação que protege o menor digno e bom cidadão protege também o menor infrator e em muitos casos assassino também.


Professor Wilton M. Rosa - Faixa Preta 1.º DAN
Filiado à C.B.T.K.D. e à F.P.T.K.D.
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terça-feira, 8 de outubro de 2013

Corpo, movimento e saúde - 3° ano A



Os movimentos corporais estão presentes na vida mesmo antes do nascimento, eles são parte integrante do nosso ser, da mesma forma que precisamos do alimento, da água, de carinho, amor e afeto, necessitamos dos movimentos para nossa sobrevivência. A criança utiliza os movimentos para suprir suas necessidades básicas e é através deles que medimos o progresso da criança. Na idade pré-escolar a criança é um ser dinâmico, cheio de indagações espontâneas e com múltiplas habilidades físicas, sua habilidade motora é utilizada para a expansão do seu desenvolvimento global.

Os movimentos possibilitam uma maior proximidade com o mundo da criança, melhora a condição física e de saúde, ajudam a desenvolver os comportamento cognitivo e afetivo-social. A imagem corporal, a auto-estima, o conceito que ele terá sobre seu corpo será dado em maior parte pelos movimentos. Do zero aos sete anos toda educação da criança é feita através dos movimentos, ela tem necessidade de exercitar os músculos, reforças a estrutura óssea, desenvolver os pulmões, enriquecer o sangue, harmonizar as conexões nervosas... o exercício através dos movimentos é para criança tão indispensável quanto à alimentação. Daí podem sentir a importância que a EDUCAÇÃO FÍSICA tem como disciplina e o que ela de trás benefícios para o desenvolvimento das crianças e do ser humano em geral.

Os benefícios que a ATIVIDADE FÍSICA traz através dos movimentos são numerosos e podemos ver que eles atuam nos comportamentos humanos sejam ele cognitivo (operações mentais), o afetivo-social (sentimento e as emoções) e o principal o comportamento motor (fazem parte todos os movimentos). Em seguida veremos todos os benefícios que os movimentos trazem para os diversos sistemas que compões o corpo humano seja ela criança, jovem ou adulta.

No sistema muscular os movimentos dão aos músculos mais força, agilidade, flexibilidade, resistência, elasticidade, coordenação motora, equilíbrio e alongamentos. No sistema Nervoso harmoniza as conexões nervosas dando mais relaxamento, evitando o stress, a fadiga, a ansiedade e a depressão promovendo hábitos salutares de alimentação e higiene. No sistema circulatório tem a diminuição da freqüência cardíaca em repouso ou em movimento, o aumento das cavidades do coração com maior volume de ejeção de sangue nas veias e artérias evitando entupimentos e possíveis infartos. No sistema respiratório o aumento na capacidade da respiração levando maior volume de ar aos pulmões e conseqüentemente oxigênio mais puro para o sangue alimentando melhor as células e todo organismo, fortalecimento dos alvéolos evitando doenças e como terapia em várias doenças cardiorespiratórias e maior capacidade aeróbica No sistema esquelético reforça toda estrutura óssea evitando no futuro a osteoporose.

Muitos são os benefícios que os movimentos trazem para um melhor desenvolvimento e desempenho do nosso corpo como os tratamentos na fisioterapia em recuperação de movimentos perdidos, na gravidez os movimentos adequados ajudam a mulher a ter melhor desempenho no parto, além de fortalecer as paredes abdominais dando maior rigidez evitando a chamada "barriga d'água", melhora o desempenho sexual, o cérebro passa a ter maior irrigação melhorando os pensamentos, a pratica da ginástica, dança, natação... diminui o interesse aos vícios das drogas e do álcool, melhora a estética do corpo, dando maior rigidez à pele, seios, nádegas, melhorando o tônus muscular.

Com a pratica dos exercícios físicos teremos um coração mais vigoroso, artérias livres de gorduras, articulações azeitadas, níveis de açúcar normais, equilíbrio hormonal, sono mais tranqüilo, pressão normal, bom humor, postura correta, melhora da auto-estima, mais fôlego, as mulheres passam a ter mais alívio da TPM, mamas protegidas contra câncer, os homens a próstata mais protegida, os dois passam a ter mais entusiasmo no sexo, memória mais afiada, ossos mais forte e sistema imunológico reforçados.

Temos de ter em mente que a modernidade com toda sua tecnologia significou um retrocesso para os movimentos corporais e que o sedentarismo potencializa as ameaças de saúde para o ser humano. Na revista veja de dezembro, 2003, diz que a inatividade física está relacionada a 35% das doenças cardiovasculares fatais, a 35% dos óbitos por diabetes e a 32% das mortes por câncer de cólon. Cerca de Dois milhões de pessoas morrem por ano, no mundo todo, em decorrência do sedentarismo.
 
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Esporte e cidadania - 2° ano A e B


Esporte e construção da cidadania

Até 15 ou 20 anos atrás, a formação generalizada em nosso país era produzida ao “ar livre”, pelas brincadeiras de rua, pelos jogos e pelos espaços disponíveis, desenvolvendo as habilidades fundamentais de corrida, saltos, lançamentos, galopes, além de movimentos de chutar, rebater, rolar, agarrar, amortecer, receber, apoiar, equilibrar, balanças, girar, etc..

Estima-se, que no Brasil, quase três milhões de crianças participam e competem regularmente em algum tipo de esporte, quantidade esta bem inferior àquela que nem sequer vai às escolas e, ainda, inferior a que já está precocemente no mercado de trabalho. Mesmo assim, entre os profissionais da

Educação Física e do Esporte, muitos são contrários à participação das crianças. Um setor pessimista vê o Esporte para crianças como uma exploração da infância, com excessivas exigências, tanto físicas como psicológicas, para satisfazer mais aos adultos do que às próprias crianças. Os defensores do Esporte para crianças (dos quais eu faço parte), preconizam desenvolvimentos psicológicos altamente desejáveis como cooperação, motivação, respe. Onde estará a verdade? No meu entendimento, a verdade está em algum ponto de equilíbrio, em uma região em que predomina o bom senso. Sendo um fervoroso defensor de todo tipo de práticas, esportivas ou não, penso haver maior potencial de benefícios do que malefícios.

Independentemente de nossas opiniões acadêmicas, as crianças sempre vão querer participar das atividades esportivas, visto sua força social no mundo atual. A questão, então, não é se a crianças deve ou não participar, mas sim como essa participação pode ser realizada, tendo como referência sua saúde e o respeito pela sua individualidade biológica.ito, capacidade de lidar com o sucesso e o fracasso. A participação das crianças no Esporte não pode estar subordinada a interesses pessoais, que valorizem unicamente o rendimento, pois elas têm o direito de participar num ambiente seguro, em um nível compatível com seu desenvolvimento. Acima de tudo, participar como criança e não como adulto. É preciso ter em mente que, ao privar as crianças de seus direitos básicos de desenvolverem suas capacidades, estamos negando-lhes a cidadania. Num país em que apenas uma minoria tem acesso à prática regular do Esporte, seria altamente desejável que nossos esforços se concentrassem em oferecer essa prática a todas as crianças.
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sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Jogos e brincadeiras tradicionais - 1° A e B


Jogos e brincadeiras tradicionais

Grande parte dos jogos e brincadeiras tradicionais que encantam e fazem parte do cotidiano de várias gerações de crianças estão desaparecendo na atualidade devido às transformações do ambiente urbano, da influência da televisão e dos jogos eletrônicos. Pesquisas atuais mostram a importância de resgatar os jogos tradicionais na educação e socialização da infância, pois brincando e jogando a criança estabelece vínculos sociais, ajusta-se ao grupo e aceita a participação de outras crianças com os mesmo direitos. Obedece às regras traçadas pelo grupo, como também propõe suas modificações.

Aprende a ganhar, mas também a perder. Na experiência lúdica, a criança, assim como o adulto, cultiva a fantasia, vivencia a amizade e a solidariedade, traços fundamentais para se desenvolver uma “cultura solidária” na sociedade brasileira atual. Este artigo aborda a origem do universo lúdico das crianças brasileiras, a partir dos escritos e pinturas dos viajantes estrangeiros entre os séculos XVI e XIX e obras literárias .Para identificar e caracterizar as brincadeiras tradicionais infantis recorremos a autores como Cascudo, Gilberto Freyre, Jean Château, Michel Manson, João Amado, Florestan Fernandes, Kishimoto e outros. Estes autores evidenciam a importância do universo lúdico para o desenvolvimento infantil, pois eles foram e continuam a ser uma verdadeira “introdução ao mundo”.

Os jogos tradicionais infantis são provenientes de rudimentos de romances, contos, rituais religiosos e místicos abandonados pelo mundo adulto. Anonimato, oralidade, tradição, conservação, mudança e universalidade são características desses jogos. Canções de roda, advinhas, parlendas, histórias de fadas, bruxas, lobisomens, e jogos de bolinhas de gude, pião, amarelinha, pedrinhas (saquinhos), a pipa, entre outros, foram divulgadas pelos colonizadores portugueses quando vieram para o Brasil. A pipa ou o papagaio trazido pelos portugueses no século XVI tem origem nos povos orientais. Segundo a enciclopédia chinesa Khe-Tchi-King-Youen, a pipa foi inventada no ano 206 a.C, pelo general chinês Hau-sin, com finalidade de estratégias militares, servindo de comunicação entre os soldados para enviar notícias a locais sitiados ou pedidos de ajuda.          
A miscigenação índio-branco-negro e a falta de documentação sobre os jogos dos meninos negros no período colonial dificultam a especificação da influência africana no folclore infantil. Entretanto, pela linguagem oral que a mãe preta transmitiu para as crianças o conto, as lendas, os mitos, as histórias de sua terra. Na época da escravidão era costume do menino branco receber um ou mais moleques negros como companheiros de brincadeira que lhe serviam como cavalo de montaria, burros de liteira, de carro de cavalo, em que um barbante serve de rédea, um galho de goiabeira de chicote. Os sinhozinhos reproduziam nas brincadeiras as relações de dominação.
As meninas, ao brincarem os jogos de faz-de-conta, reproduziam a vida do engenho, onde as meninas negras eram tratadas como servas pela sinhazinha. Entretanto, longe do controle dos adultos essa relação se invertia, particularmente, nas brincadeiras de pião, papagaio, matar passarinhos, subir em árvores, a liderança era dos moleques negros, prevalecendo às habilidades do jogador. Da tradição indígena ficaram as brincadeiras de barbantes, atualmente conhecidas como cama-de-gato e o gosto pelos jogos e brinquedos imitando animais. Podemos perceber que, apesar da convivência de diferentes raças a influência portuguesa foi preponderante nas brincadeiras e jogos infantis das crianças brasileiras.
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Lutas marciais e atualidade - 9° anos A e B


Lutas marciais e atualidade


Importante é perceber o quanto e como as lutas e artes marciais estão presentes em nossa sociedade atualmente, os meios e as formas pelas quais chegam até nós. Podemos passar quase desapercebidos das suas manifestações, esquecendo que são parte da cultura do movimento humano, historicamente produzidas e enriquecidas com a cultura dos seus povos de origem.
Como não ser parte desse universo especial abundante de movimentos acrobáticos, culturas milenares, e tão próximos de todos nós como os movimentos rudimentares de proteção e defesa do nosso corpo, quando estamos em perigo. Ainda hoje “educados” por filmes e desenhos animados como “Karatê Kid”, “Kill Bill”, “Jiraya”, “Power Rangers” e “Matrix”, exagerados em efeitos especiais e animações computadorizadas, mostrando uma versão superpoderosa dos personagens lutadores, apresentam uma visão “ocide anosntalizada” das artes marciais que as resumem ao domínio dos movimentos físicos, quase ignorando totalmente os aspectos filosóficos dos quais as artes orientais são muito ricas.

Através da televisão as crianças podem ver muitos desenhos que mostram muitas lutas entre os personagens, usando várias das artes marciais conhecidas. Em desenhos animados, como “Yuyu Hakusho” ou “Meninas Superpoderosas”, a influência pode ser ainda mais forte nos “telespectadores mirins” devido à auto-identificação com personagens crianças, que, não fugindo a regra, são sempre dotados de habilidades de luta e muitos superpoderes e despertam nas crianças a vontade de, quando crescerem, terem a mesma capacidade e características destes astros do mundo da ficção.
                Estudos experimentais realizados na década de 60, em pequenos grupos de crianças, apresentando a conclusão de que as crianças que assistem muita televisão tem propensão a tornarem-se mais agressivas: Os espetáculos violentos não afetam apenas o seu comportamento, mas também as suas crenças e valores e as crianças que vêem muita televisão temem mais a violência do mundo real. Em contrapartida, outras ficam insensíveis a essa violência.
As muitas formas como as informações são transmitidas até nós definem o processamento da nossa percepção e podem influenciar na formação dos nossos conceitos, na nossa compreensão sobre as lutas de uma forma geral.
Uma matéria sobre lutas e artes marciais em um programa de esportes, ou mesmo a cobertura dos Jogos Olímpicos, transmite uma ideia de esporte, para as artes marciais. A sugestão de significado das artes marciais, e também o estímulo gerado no telespectador, neste caso, é o de ser uma prática desportiva.
Um jogo de videogame permite que a criança e também o adulto realizem virtualmente todas as façanhas que ele vê nos filmes e desenhos animados. A vitória em um jogo é fácil e rápida. Dependendo de muito pouco esforço do jogador. Não há necessidade de treinamentos prolongados em academias de artes marciais.

Dessas formas, as lutas e as artes marciais participam do nosso cotidiano. Essas e outras fontes acabam respondendo por muito do conhecimento que construímos, repercutindo em uma visão reduzida, e um tanto distorcida, de todas as formas de luta. No Brasil, não somos iniciados em uma arte marcial específica, como ocorre na China, ou na Coréia do Sul, por exemplo, onde, respectivamente, o Kung Fu e o Taekwondo fazem parte do currículo escolar. Trata-se de uma questão cultural do nosso país.

A Capoeira, tão popular e presente na nossa história, poderia ser elevada à condição de “arte marcial nacional”, como é o Kung Fu na China.
Mesmo com a prática de apenas uma modalidade, ocorre a aproximação do aluno escolar com o universo das lutas, devido às oportunidades que surgem de discussão sobre as demais formas de luta. Oportunizaria ao educando, ao menos, desenvolver uma compreensão correta e não preconceituosa quanto às artes marciais.

De um profissional da educação pelo movimento, espera-se que transmita corretamente o significado sem incorrer nos conceitos populares ou adquiridos de fontes sensacionalistas, como o cinema. Na Wikipédia, enciclopédia online, encontramos que “As artes marciais são sistemas de práticas e tradições para treinamento de combate, usualmente (mas nem sempre) sem o uso de armas de fogo ou outros dispositivos modernos”. No Karatê Barretos, popular sítio de informações sobre Karatê, encontramos a seguinte definição: É tudo o que possibilita ao praticante conhecer a natureza da própria mente, e, através desse conhecimento, buscar o autodomínio [sic]. As técnicas das Artes Marciais foram desenvolvidas baseadas nas forças que regem o Universo (Ying e Yang). Os antigos guerreiros não treinavam apenas sistemas de lutas ou de armas, eles também eram obrigados a ter profundos conhecimentos filosóficos, escreverem poesias e a tocarem pelo menos um instrumento, para aprenderem a ser flexíveis e homens cultos.
                    Atualmente, as artes marciais são praticadas visando diferentes finalidades como desporto, lazer, participação de um grupo social, defesa pessoal, disciplina da mente, condicionamento físico. Algumas pessoas também utilizam as artes marciais como uma forma de catarse do estresse diário. As pessoas, geralmente desejam e procuram estímulos que provocam ‘estados de agitação’, excitações e estímulos emocionais, na maioria das vezes, como um meio de fuga da mediocridade, do trabalho enfadonho, do tédio da vida rotineira, ou para a catarse de inibições forçadas e frustrações acumuladas.

Para os atletas, o esporte serviria como um canal para expressar principalmente as tendências agressivas, como um meio para sublimar as tendências anti-sociais, tornando seus praticantes mais sociáveis e amistosos, ou seja, serviria para que a agressividade se expressasse de maneira inofensiva e aceitável e fosse transformada em hábitos saudáveis.
                  O termo “artes marciais” refere-se às artes de guerra e luta. Hoje, o termo artes marciais é usado generalizadamente para todos os sistemas de combate de origem oriental (Aikido, Muai Thay, por exemplo) e ocidental (Capoeira, Savate francês), com ou sem o uso de armas tradicionais. No oriente existem outros termos mais adequados para a definição destas artes como Wu-Shu na China e Bu-Shi-Do no Japão, que também significam artes de guerra, ou “Caminho do Guerreiro”.

Nas artes marciais orientais, encontram-se conotações filosóficas que definem a aplicação dos conhecimentos de luta. No Jiu-jitsu, por exemplo: “vencer cedendo” (contrário da “lei do mais forte” ou lei da vida no hemisfério ocidental). Explicação dada pela Enciclopédia Britânica (“martial art”) distingue as artes marciais orientais da seguinte maneira: é dada ênfase no estado mental e espiritual do praticante. [...] um estado em que as funções de raciocínio e cálculo da mente ficam suspensas de tal forma que mente e corpo possam reagir imediatamente como uma unidade, refletindo a situação em mudança ao redor do combatente. Quando este estado se completa, desaparece a experiência diária do dualismo entre sujeito e objeto. Alcançar esse estado de espírito é também o objetivo central de filosofias de vida como taoísmo e zen-budismo e, desta forma, tanto há pessoas que praticam alguma arte marcial como forma de adestrar-se filosófica e espiritualmente, quanto há lutadores que, queiram não queiram, se tornam autênticos filósofos.
                   As lutas foram adaptadas para serem desenvolvidas na forma de competições (“jogos”, ou seja, com regras, limitações,...) sendo viabilizadas para serem praticadas por pessoas alheias aos preceitos filosóficos e aos significados culturais relacionados. A maioria das modalidades dos esportes de luta que conhecemos hoje estão elevadas a um estado esportivo que descaracteriza o próprio conceito de arte marcial: “esporte de luta” é a denominação que recebem em eventos esportivos, como as Olimpíadas.
Ainda que não tenha origem oriental, a nossa capoeira também está definindo-se como arte, expressão corporal, esporte, atividade física para a saúde, lazer, socialização.

A “capoeira ‘se joga’: não é ‘arte marcial’ de iniciativa agressiva”.
Dentre os estilos ocidentais de luta podemos citar: Savate, Kick Boxing, Boxe, Luta Livre, Capoeira, Esgrima, Sambo, Krav Magá, e outros. Algumas modalidades de lutas foram criadas a partir da união de várias artes. O Kick Boxing, por exemplo, é uma união do Boxe, do Karatê e do Taekwondo.
A Esgrima é considerada uma arte marcial ocidental. Devido às suas origens militares, são consideradas artes marciais esta e outras formas antigas de combate como o Arqueirismo e o Hipismo.

Além disso, confundem-se modalidades de lutas e artes marciais com eventos onde participam lutadores de diversas modalidades, os chamados “Mixed Martial Arts” (MMA). Como exemplos conhecidos de “MMAs” existem o “Vale-tudo”, criado no Brasil, “Ultimate Fighting Championship” (UFC) e “Pride”, que são os maiores campeonatos mundiais desse tipo. Os “MMAs” nada mais são que esportes onde participam lutadores de quaisquer artes marciais (Boxe, Luta Livre, Muai Thay, Judô, etc), sendo comum nas disputas o uso de técnicas de duas ou mais modalidades de artes marciais.
Texto na íntegra:
 http://lutasescolar.vilabol.uol.com.br/index.html




O texto aqui apresentado é oriundo de um estudo elaborado sob o tema “Lutas na Educação Física Escolar alternativas pedagógicas".
Acessado em 27/09/2010 no  sítio 
http://lutasescolar.vilabol.uol.com.br/cap_um.html
Fonte da imagem:
 http://www.sense-datum.org/tim/archive/2005/06/06/kill_bill
Todas as informações nela contida são de responsabilidade do autor.
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quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Expressões corporais, linguagens e suas manifestações 3 ano A

Expressões Corporais, Linguagens e suas Manifestações

As expressões corporais, segundo Fensterseifer (2001), que se conformaram, na modernidade, a uma concepção dicotômica que vê apenas um corpo destituído de historicidade, reduzido à sua dimensão anátomo-fisiológica, vêm sendo arduamente questionadas pela vertente fenomenológica da produção de conhecimento na área de Educação Física.
A Expressão Corporal segundo Berge (1981) é uma atitude, que engloba muitas ainda não definidas, estas procuram afirmar-se, ou seja, tornar estes gestos, movimentos em palavras, respostas, frases, que o corpo consegue transmitir e fazer-se entender por aqueles que estão ao seu redor. Poderá ser em dança, caminhar, gestos que levem a identificação de palavras.  A Expressão Corporal é o processo de expressão onde cada indivíduo busca sua maneira de demonstrar e de manifestar suas tristezas, alegrias, conhecimentos, dúvidas, razões e emoções. Para tanto, o ser humano utiliza o seu corpo, como instrumento, para tais manifestações, vivenciando e interagindo.
É necessário desenvolver atividades que estejam voltadas do simples para o complexo, do concreto para o abstrato, do espontâneo para o específico, das atividades de menor duração para as de longa duração e de um ritmo de atividades inicialmente lento, progredindo para o rápido. Possibilitar o desempenho individual para que se exija sua auto reflexão frente às atividades e participação em duplas, trios e grupos maiores para favorecer um enriquecimento de experiências corporais. Também atividades que envolvam emoções, sentimentos e identificação de sua imagem pessoal; atividades que exijam agir, reagir e interagir com seu grupo e com outros grupos.

O que o grupo entendeu após a leitura do texto?




Artes marciais 2 A e B

Artes Marciais

Atualmente, nota-se a tendência de descrever como Arte Marcial toda e qualquer prática corporal relacionada com o combate ou confronto, indiferente das suas origens e seus objetivos. Porém dificilmente é mencionado o significado de tal termo e o verdadeiro sentido deste. É como se colocássemos todas as lutas ou meros sistemas de defesa pessoal dentro de um só conceito. Podemos dizer então que “arte” seria a expressão do sentimento humano através de uma manifestação plástica, baseada na estética de cada povo, em cada tempo, buscando dar a forma perfeita a seus sentimentos. Seja na forma musical, na forma poética, na forma desenhada ou na forma do gesto no teatro, na dança ou na pantomima.
 O complemento “Marcial” é referente ao deus Marte, versão romana para o deus Ares da mitologia grega, o deus da guerra, do combate, da luta e das disputas, da sexualidade e da fertilidade.
Então podemos definir Arte Marcial como a busca de uma representação plástica e estética do gestual do combate. Nesta classificação se incluiriam todas as práticas que valorizassem uma suposta beleza da técnica, ao invés da violência ou do potencial destrutivo da mesma, o que realmente coincide com as práticas orientais. Ao contrário do que se pratica hoje, nas escolas e academias, a maioria das Artes Marciais, ou pelo menos as orientais, não oferecem um perfil meramente desportivo. Elas foram idealizadas para fins artísticos e formativos, onde seus praticantes buscavam obter desenvolvimento corporal, espiritual, ético, moral e intelectual.

O que o grupo entendeu após a leitura do texto?




Ginástica e suas manifestações 1 ano A e B

Ginástica e suas manifestações

 A Ginástica Geral (GG) e/ou Ginástica para Todos (GPT), enquanto uma manifestação da cultura corporal é uma prática cheia de significados por valorizar a participação efetiva de forma livre e criativa de seus integrantes, apresenta-se enquanto uma modalidade não competitiva, de caráter apenas demonstrativo, valendo-se da combinação de elementos gímnicos associados a diversas manifestações culturais, como a dança, o circo, o teatro, o folclore, dentre outros, apresentados através de atividades livres e criativas.
Para Toledo (1999):
A essência da Ginástica Geral está na combinação dos elementos gímnicos, construídos culturalmente nestes séculos de história, às diferentes formas de interpretação dos elementos da Dança e da Cultura, com a utilização de materiais não-tradicionais, sempre em busca do novo, do até então impensável [...] 
Desta forma, pensar em GPT/GG, nos leva a pensar uma prática lúdica, criativa, envolvente, integradora, não competitiva, uma possibilidade que por meio das vivências, contribui de forma significativa para um desenvolvimento do indivíduo que dela se aproprie.
Nesse contexto, acreditamos ser a GPT/GG uma prática extremamente importante enquanto possibilidade de lazer, ao passo que ela busca resgatar aquela contemplação e valorização do corpo integralmente, a fruição da ludicidade, do riso, do circo, da essência do próprio corpo humano que foi perdida com a ruptura da Ginástica Científica de sua essência primordial: o divertimento.
O que o grupo entendeu após a leitura do texto?


Saúde pública no Brasil 9 ano A, B e C

Saúde pública no Brasil

O sistema de saúde é universalizado, mas a realidade aponta para o desequilíbrio. A pesquisa Conta-Satélite de Saúde Brasil, publicada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Esta­tística (IBGE) e com dados referentes ao ano de 2009, revela que o brasileiro gasta 29,5% a mais do que o governo para ter acesso a bens e serviços de saúde. En­­quanto o Estado tem um dispêndio de R$ 645,27 por pessoa, o gasto per capita das famílias fica em R$ 835,65.
Em todo o território nacional, mais da metade das despesas são arcadas pelas famílias enquanto 43,7% são cobertos pela administração pública. Em números abso­­lutos, os gastos privados com saúde em 2009 somaram R$ 157,1 bilhões, 27% a mais que os R$ 123,5 bilhões pagos pelo setor público.
Apesar de as famílias gastarem mais, foi o governo que experimentou o maior crescimento de participação entre 2008 e 2009 e isso ocorreu com as despesas da administração pública em serviços de saúde, sobretudo, aquelas ligadas ao Sistema Único de Saúde (SUS) que chegaram a 5,6% ante 5,4%, da pesquisa anterior. Os gastos da administração pública passaram de 3,5% para 3,8% do Produto Interno Bruto (PIB), enquanto as das famílias subiram de 4,7% para 4,9%.

Qual a opinião do grupo ao ler o texto acima?



O que é saúde? 8 ano A e B matutino

O que é saúde?

Na atualidade, convive-se com uma diversidade considerável de concepções de saúde, entre as quais algumas bastante conhecidas que funcionam como referências mundiais e/ou nacionais. É o caso, por exemplo, do conceito de saúde assumido em 1948 pela Organização Mundial de Saúde: “Saúde é o estado de completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doença”. Esse conceito nos remete à utopia — e por que não? — de “saúde ótima”, embora não nos forneça muitas indicações concretas sobre o que seria essa situação de “completo bem-estar”.
Se saúde não é apenas ausência de doença, quais são as outras características que nos permitem concluir que um indivíduo não doente seja saudável de fato? Com uma razoável facilidade, compreende-se o que é uma pessoa doente tomando como referência o ponto de vista biológico; no entanto, essa mesma pessoa pode estar perfeitamente bem integrada a seu grupo de relações e inserida nos processos de produção, sendo, do ponto de vista social, uma pessoa considerada saudável, a despeito de seu reconhecido comprometimento físico. São condições que transformam mas não interrompem o processo de desenvolvimento humano e tampouco eliminam os aspectos saudáveis da vida. E o que dizer daqueles que usam óculos ou próteses dentárias?
O enfermo que está no leito mas que ainda assim continua se comunicando com outras pessoas, se alimentando, produzindo idéias, pode ser considerado cem por cento doente? Seria justo excluir a saúde e o direito à saúde da vida das pessoas com sofrimentos mentais? O que se entende por saúde depende da visão que se tenha do ser humano e de sua relação com o ambiente, e este entendimento pode variar de um indivíduo para outro, de uma cultura para outra e ao longo do tempo. É necessário reconhecer que a compreensão de saúde tem alto grau de subjetividade e determinação histórica, na medida em que indivíduos e coletividades consideram ter mais ou menos saúde dependendo do momento, do referencial e dos valores que atribuam a uma situação.

O que o grupo entendeu após a leitura do texto?


segunda-feira, 22 de abril de 2013

3° ANO


MEGAEVENTOS ESPORTIVOS
É política do COI ter participação ativa na execução do projeto dos Jogos, com seu próprio plano geral de organização. Isto porque a evolução do marketing olímpico transformou o evento esportivo Jogos Olímpicos num megaevento empresarial, um empreendimento efêmero, mas enormemente lucrativo e totalmente inserido na economia política global, algo bem distante da competição limpa de interesses políticos e comerciais, voltada ao engrandecimento da cultura atlética e educação do caráter, como preconizava o ideal olímpico.
Desde Los Angeles 1984, a entidade transformou os Jogos num sofisticado projeto de negócios e fonte de receitas. Para se ter uma idéia, os direitos de imagem para Moscou 1980 custaram US$ 88 milhões, em Pequim 2008, US$ 1,7 bilhão.22 O fato é que, a partir da gestão de Juan Antonio Samaranch,23 “os valores dos contratos assinados pelo COI – que tratou de centralizar a comercialização das Olimpíadas – cresceram em progressão geométrica e converteram os famosos cinco anéis de Coubertin numa marca mundialmente mercantilizada” (PRONI, 2004, p. 6).
O fato é que o COI e o COB, a despeito do histórico suspeitoso, possuem os direitos de imagem e propriedade intelectual das commodities culturais que envolvem o Movimento e os Jogos Olímpicos, o que lhes confere poder monopolista e vantagem de negociação com os Estados nacionais quando da definição e contratação da sede olímpica. Senão vejamos o que foi estabelecido pelo Host City Contract.
Se os Jogos Rio 2016 der prejuízo, os cofres públicos devem cobrir o buraco. Se der lucro, 80% do dinheiro ficará nas mãos do presidente do COB e do Comitê Organizador dos Jogos (COJO). É o que foi estabelecido pelo estatuto do Rio 2016, já aprovado pelas confederações. O documento determina que 20% do lucro será dado ao COB e outros 20% serão devolvidos ao COI. Nuzman fará uma proposta para o uso dos outros 60% para a diretoria do COJO. Pelo estatuto, essa diretoria será composta por Nuzman e cinco vice-presidentes. Um deles será o secretário-geral do COB, cujo Conselho Executivo indica os outros quatro vices. Há membros do governo no Conselho do COJO. São três representantes, um de cada nível. Mas Nuzman tem quatro integrantes aliados nesse organismo. Ou seja, na prática, ele terá o controle sobre a cúpula do comitê organizador.
Qual sua opinião sobre o que leu no texto acima?

2° ano A e B


A DANÇA POPULAR
A dança popular é um conhecimento produzido historicamente pelo Ser humano que reflete especialmente o seu cotidiano, suas tradições e inspirações. Ela traz em si a linguagem poética de um povo que retrata o seu mundo vivido. A dança popular é um conhecimento original e coletivo de um povo; obra anônima que revela o ambiente cultural, a peculiaridade e a expressão essencial de determinada comunidade (CASCUDO, 2001; ROBATTO, 2002; AQUINO, 2003)
Nas comunidades há uma diversidade de manifestações de danças populares, muito embora sua vivência seja pouco incentivada por parte do poder público. As danças populares são criadas por pessoas comuns que se transformam em artistas apaixonados pela arte, pela cultura viva dos carnavais, do São João, da folia do boi, das tribos de índio. São elas que incentivam e mostram à população a sua cultura, que investem, ajudam e contribuem para a permanência das danças populares no âmbito da cultura local, em meio a grandes dificuldades, tornando visível a concentração de esforços para construir a arte dançante. Necessita-se que seja valorizada a arte dançante, pois esta se revela com forte significância no cenário da arte e da cultura, mostrando seu sentido/significado sócio-educativo, cultural e lúdico. Percebe-se que a dança popular permite a comunicação e a expressão de seus costumes e alegrias, além da diversão e prazer para crianças, adolescentes, adultos e idosos. Portanto, a dança popular é arte que expressa diversas culturas, e possibilita o entendimento sobre as diferentes linguagens existentes na arte popular. 
A partir do texto, conceitue Dança Popular?

1° ano A e B


Mídia e a Indústria Cultural

Com a chegada do século XXI o ser humano já sente uma grande necessidade de ter junto de si os meios de comunicação social, pois a mídia (o jornal, rádio, Internet e principalmente a televisão) tornou-se uma grande necessidade no dia-a-dia do homem pós moderno, pois este sem saber tornou os grandes meios de comunicação social uma parte essencial da sua vida.
A televisão é um dos principais meios de comunicação mais usados atualmente pelas pessoas, mas no entanto existe uma análise justificando porque acontece isso, como é trabalhado por FILHO:
“O homem moderno chega em casa, é recebido por mulher e filhos, vai jantando e senta para escutar o noticiário, ele toma sua sopa e não quer saber que os filhos e a mulher o interrompa. Se é feliz não sabe (...) usa todos os benefícios da sociedade moderna-industrial que foram inventado para facilitar a sua vida.” (FILHO 1988 p. 05)
Essa é a característica do pensamento do ser humano moderno que usa a tecnologia ao seu favor não sabendo se é feliz ou não, mas vive  uma vida muito cômoda e usa muitas vezes a televisão como uma forma de fugir da realidade em que vive, por exemplo, os problemas conjugais e das contas para pagar, cria-se uma vida imaginária diferente da sua.
De um ponto de vista crítico no que tange o atual modo de vida que estar condicionado ao modo de produção capitalista, não se pode analisar esse tipo de fenômeno sem levar em conta as relações de poder imbuídas nas  tendências da moda, música e heróis. Pois se percebe que essas tendências são manipuladas como forma de manunteção do poder, mediante a imposição de valores ideologias e mitos sobre “falsos heróis”, por parte da classe dominante, fatalmente chega-se a conclusão de que nesse jogo da manutenção do poder, o acumulo do “poder simbólico” nas mãos dos agentes envolvidos nessa relação, lhe permitirá cumprir a função de instrumento de imposição, ou de legitimação da dominação.
A reflexão que tanto ADORNO e HORKHEIM fazem em sua teoria crítica é uma denúncia contra a indústria cultura, que milhões de pessoas participam dela, mas não percebem que estes são meros reprodutores desse sistema que quer mandar nos gosto e educar os ouvidos para que se possa gostar de uma determinada programação, goste somente de um estilo de música, e que estejam condicionadas a comprarem somente em um determinado local para que estes sejam reconhecidos por sua própria sociedade, como se pode perceber nas pessoas que freqüentam os shoppings.
“Na sociedade atual cuja velocidade de difusão e consumo dos produtos culturais atingem níveis dificilmente imaginados até pouco tempo, ainda se faz presente uma ilusória esperança a desagradável percepção de que somos objetos e não sujeitos de nossas ações, seriam compensadas pelo cálculo racional da economia de mercado.” (ZUIN 2003 p.141)

Qual a reflexão que Adorno e  Horkheim faz sobre a Indústria Cultural?

9° A, B e C


9° A, B e C
Megaeventos esportivos

As políticas públicas de esporte e lazer no Brasil, desde a realização dos Jogos Pan-Americanos de 2007 e a consequente postulação da cidade do Rio de Janeiro a sede dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016, oficializada ainda naquele ano, têm sido influenciadas pelo objetivo de projetar o país, tanto no esporte, como na área política e econômica.
É política do COI ter participação ativa na execução do projeto dos Jogos, com seu próprio plano geral de organização. Isto porque a evolução do marketing olímpico transformou o evento esportivo Jogos Olímpicos num megaevento empresarial, um empreendimento efêmero, mas enormemente lucrativo e totalmente inserido na economia política global, algo bem distante da competição limpa de interesses políticos e comerciais, voltada ao engrandecimento da cultura atlética e educação do caráter, como preconizava o ideal olímpico.
Desde Los Angeles 1984, a entidade transformou os Jogos num sofisticado projeto de negócios e fonte de receitas. Para se ter uma idéia, os direitos de imagem para Moscou 1980 custaram US$ 88 milhões, em Pequim 2008, US$ 1,7 bilhão.22 O fato é que, a partir da gestão de Juan Antonio Samaranch,23 “os valores dos contratos assinados pelo COI – que tratou de centralizar a comercialização das Olimpíadas – cresceram em progressão geométrica e converteram os famosos cinco anéis de Coubertin numa marca mundialmente mercantilizada” (PRONI, 2004, p. 6).

O que transformou o evento esportivo Jogos Olímpicos num Megaevento empresarial?

8° A e B


8° A e B
OS PRINCÍPIOS PARA O DESENVOLVIMENTO
DAS AÇÕES DO TEMA ESPORTE E CIDADANIA

Para que as ações desenvolvidas construam uma nova visão do esporte e lazer como direito de crianças e adolescentes, devem ser respeitados alguns princípios, tais como:
Inclusão de Todos
Consiste em criar condições e oportunidades para a participação de todas as crianças e adolescentes no aprendizado e na prática do esporte, desenvolvendo habilidades e competências que as possibilitem compreender, transformar, reconstruir e usufruir as diferentes práticas esportivas.
Construção Coletiva
Define-se pela participação ativa de todos os envolvidos na estruturação do processo de ensino e aprendizagem do esporte. Sendo assim, é imprescindível que alunos, professores e comunidade sejam co-responsáveis e co-gestores do planejamento, execução, avaliação e continuidade das atividades.
Respeito à Diversidade
Consiste em perceber, reconhecer e valorizar as diferenças entre as pessoas no que se refere à raça, cor, religião, gênero, biotipo, níveis de habilidades e possíveis deficiências.
Educação Integral
Define-se pela compreensão do esporte como possibilidade de aprendizagem e
desenvolvimento das crianças e adolescentes, de maneira articulada com a escola.
Rumo à Autonomia
Consiste no entendimento e na transformação do esporte como meio para uma
Educação emancipatória, superando o modelo de esporte atualmente difundido, em que prevalece a exclusão, a violência, o sexismo, o elitismo e a influência e imposição de modelos pela mídia.

O que prevalece no modelo de esporte difundido atualmente?

domingo, 14 de abril de 2013


Megaeventos esportivos

As políticas públicas de esporte e lazer no Brasil, desde a realização dos Jogos Pan-Americanos de 2007 e a consequente postulação da cidade do Rio de Janeiro a sede dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016, oficializada ainda naquele ano, têm sido influenciadas pelo objetivo de projetar o país, tanto no esporte, como na área política e econômica. Em junho de 2008, confirmada pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) como candidata, a capital carioca pela primeira vez chegou à fase final do processo de escolha da sede olímpica. Desta vez, malgrado a precoce eliminação na primeira etapa da disputa para os Jogos de 2004 e 2012, o apoio governamental, afiançando os investimentos necessários, e a posição brasileira no cenário internacional parecem ter sido decisivos. Assim, após votação realizada na 121ª Sessão do COI no dia 2 de 2 outubro de 2009, em Copenhague, sob aplausos e muita emoção por parte da delegação brasileira, o projeto Rio 2016 foi anunciado vitorioso.
Desde 1999, conforme a Carta Olímpica, o processo de escolha das sedes olímpicas é realizado em duas etapas. Na primeira, as cidades postulantes respondem a um questionário abordando temas considerados importantes para a organização. Após a avaliação, o Comitê Executivo do COI seleciona as classificadas para a estapa seguinte. Na segunda etapa, as candidaturas oficializadas respondem a outro questionário, mais detalhado. Os documentos são estudados por uma Comissão Avaliadora que, depois de inspeções em cada uma das cidades, produz um relatório que subsidia a decisão final, que ocorre em Sessão do COI a partir de eleição definida pelo método da pluralidade com eliminação, neste caso, definida em três rodadas de votação. Vence, portanto, a candidatura com maioria absoluta dos votos. Anteriormente, o Rio de Janeiro havia perdido na primeira etapa a indicação para os Jogos de 2004, realizados em Atenas, e de 2012, que acontecerão em Londres. Para 2016, foram desclassificadas na primeira etapa as postulantes Doha, Baku e Praga. Além do Rio de Janeiro, eleita a cidade sede, foram classificadas para a segunda etapa Chicago (desclassificada na 1ª rodada de votação), Tóquio (desclassificada na 2ª rodada) e Madri (desclassificada na rodada final em disputa direta com o Rio de Janeiro). Informações disponíveis em: http://www.olympic.org/. Acesso em: 2 set. 2010.
Como se não bastasse, ao lado dos Jogos de 2016, o Brasil sediará ainda os Jogos Mundiais Militares de 2011, a Copa das Confederações de 2013, a Copa do Mundo FIFA de 2014 e a Copa América de 2015. Por conseguinte, os megaeventos esportivos passaram a constituir o princípio organizador da agenda de esporte e lazer do país. A III Conferência Nacional do Esporte (CNE), realizada no primeiro semestre de 2010, evidencia tal suposto. Depois de pautar-se pelos temas “Esporte, Lazer e Desenvolvimento Humano” (I CNE, 2004) e “Construindo o Sistema Nacional de Esporte e Lazer” (II CNE, 2006), a III CNE apresentou para discussão o “Plano Decenal de Esporte e Lazer” que, subordinado ao slogan “Por um time chamado Brasil”, foi construído a partir de metas e ações em torno de “10 pontos em 10 anos para projetar o Brasil entre os 10 mais” (BRASIL, 2010). Estes são, portanto, os termos do debate que atualmente circunscrevem a agenda esportiva brasileira.
Mas como os megaeventos esportivos surgem como pauta no âmbito dos governos, da mídia, do mercado e do próprio mundo esportivo, tornando-se central na organização das políticas de esporte e lazer do país? A formação da agenda compreende um momento decisivo na formulação de políticas públicas, caracterizando-se como um processo em que determinados temas emergem, delimitando um objeto de intervenção governamental. Ocorre que este processo envolve diferentes visões e interesses, mobilizando agentes específicos da sociedade civil e do Estado, que fundamentam suas argumentações no sentido de regulamentar e influenciar ações que conferem materialidade à política (MELO, 2007).

ORGANIZAÇÃO ESPORTIVA
É política do COI ter participação ativa na execução do projeto dos Jogos, com seu próprio plano geral de organização. Isto porque a evolução do marketing olímpico transformou o evento esportivo Jogos Olímpicos num megaevento empresarial, um empreendimento efêmero, mas enormemente lucrativo e totalmente inserido na economia política global, algo bem distante da competição limpa de interesses políticos e comerciais, voltada ao engrandecimento da cultura atlética e educação do caráter, como preconizava o ideal olímpico. Desde Los Angeles 1984, a entidade transformou os Jogos num sofisticado projeto de negócios e fonte de receitas. Para se ter uma idéia, os direitos de imagem para Moscou 1980 custaram US$ 88 milhões, em Pequim 2008, US$ 1,7 bilhão.22 O fato é que, a partir da gestão de Juan Antonio Samaranch,23 “os valores dos contratos assinados pelo COI – que tratou de centralizar a comercialização das Olimpíadas – cresceram em progressão geométrica e converteram os famosos cinco anéis de Coubertin numa marca mundialmente mercantilizada” (PRONI, 2004, p. 6).
A força política de Rogge no grupo ficou clara com a escolha do Rio para os Jogos de 2016. Simpático à candidatura carioca desde o início, embora não tenha se manifestado publicamente, o belga ganhou a disputa interna com o grupo ligado a seu antecessor, Juan Antonio Samaranch, cujo filho, Juan Antonio Samaranch Jr., pilotava a candidatura de Madri, derrotada pelo Rio na rodada final por 66 votos a 32.25
Seguindo uma lógica de continuidade e descontinuidade – ou seja, de modernização conservadora –, oscilando entre a tradição aristocrática e a organização empresarial, mesmo que aberto aos interesses comerciais da mídia e patrocinadores, o Movimento Olímpico e suas instituições, historicamente, organizam-se como um sistema fechado e elitista, garantindo aos seus mandatários a auto-reprodução no poder (TAVARES, 2005). No Brasil, com Carlos Arthur Nuzman a frente do COB desde 1995, o processo não é diferente.26 Centralização, personalismo, clientelismo, grandes negócios e muitas suspeitas marcam a história da entidade.
O fato é que o COI e o COB, a despeito do histórico suspeitoso, possuem os direitos de imagem e propriedade intelectual das commodities culturais que envolvem o Movimento e os Jogos Olímpicos, o que lhes confere poder monopolista e vantagem de negociação com os Estados nacionais quando da definição e contratação da sede olímpica.28 Senão vejamos o que foi estabelecido pelo Host City Contract.
Se os Jogos Rio 2016 der prejuízo, os cofres públicos devem cobrir o buraco. Se der lucro, 80% do dinheiro ficará nas mãos do presidente do COB e do Comitê Organizador dos Jogos (COJO). É o que foi estabelecido pelo estatuto do Rio 2016, já aprovado pelas confederações. O documento determina que 20% do lucro será dado ao COB e outros 20% serão devolvidos ao COI. Nuzman fará uma proposta para o uso dos outros 60% para a diretoria do COJO. Pelo estatuto, essa diretoria será composta por Nuzman e cinco vice-presidentes. Um deles será o secretário-geral do COB, cujo Conselho Executivo indica os outros quatro vices. Há membros do governo no Conselho do COJO. São três representantes, um de cada nível. Mas Nuzman tem quatro integrantes aliados nesse organismo. Ou seja, na prática, ele terá o controle sobre a cúpula do comitê organizador.29
Como se vê, o COB está no comando do COJO. Como se não bastasse, o Ato Olímpico30, com validade até o fim de 2016, assegura garantias e regras especiais para a realização dos Jogos Rio 2016. Atribui ao Estado brasileiro a responsabilidade por qualquer déficit. Prevê que as autoridades federais deverão atuar no controle, na fiscalização e na repressão a ilícitos que infrinjam os direitos sobre os símbolos – bandeiras, lemas, marcas, nome, emblemas, hinos, mascotes e tochas – relacionados aos Jogos. Ademais, suspende, em favor do COJO, os contratos celebrados para utilização de espaços publicitários em aeroportos e áreas federais. Garante, ainda, os serviços de segurança, saúde e comunicação necessários, bem como prevê a edição, pelo poder executivo, de normas complementares futuras que se façam necessárias para a realização dos Jogos.
No que se refere ao financiamento, conforme o Dossiê de Candidatura, o orçamento dos Jogos prevê que as três esferas de governo repassem R$ 1,384 bilhão ao COJO. Esse total significa cerca de um quarto do orçamento do organismo, R$ 5,6 bilhões. O restante do dinheiro virá de pagamentos do COI, de patrocínios, de venda de ingressos e de licenciamento de produtos, entre outros. Mas esta é a menor fatia do orçamento, pois outros R$ 23,2 bilhões estão previstos em investimentos públicos em infraestrutura, investimentos a serem coordenados pela Autoridade Pública Olímpica (APO), um consórcio dos governos municipal, estadual e federal cuja criação se deu por exigência do COI a fim de facilitar sua fiscalização sobre o cumprimento dos acordos envolvendo o plano geral de organização.32
Como alerta Proni (2008, p. 51), “as receitas do marketing olímpico pagam os gastos com a organização da festa, mas não com a preparação do local da festa”. De tal feita, o custo estimado para realização dos Jogos Rio 2016 é de R$ 28,8 bilhões, o mais alto entre as candidaturas. Em dólares, chega a 14,42 bilhões, enquanto Chicago, Madri e Tóquio projetaram orçamentos de, respectivamente, US$ 4,82 , US$ 6,13 e US$ 6,42 bilhões. Mas, a exemplo dos Jogos Pan-Americanos de 2007, os gastos tendem a subir, pois esta parece ser uma regra geral na organização dos megaeventos esportivos. O caso Londres 2012 é mais um exemplo. O orçamento inicial havia previa um custo de US$ 6,3 bilhões, com o fundo público se responsabilizando por 85% do total. Em 2008, a projeção já havia saltado para US$ 14,9 bilhões, com 98% dos custos assumidos pelo Estado.
O sucesso de um projeto olímpico não pode ser avaliado à luz da previsibilidade e exatidão dos números, é o que argumenta Preuss (2008). Para o especialista em economia do esporte que já esteve no Brasil a convite do ME, a imprecisão do orçamento não constitui propriamente um problema, pois a organização de um megaevento esportivo deve ser planejada e orientada a partir do jogo de interesses e das expectativas dos diversos segmentos envolvidos, públicos e privados. Não há, portanto, preocupação retórica alguma de esconder a essência da operação. “No lugar do planejamento moderno, compreensivo, marcado por uma ação diretiva do Estado, um planejamento dito estratégico, que se pretende flexível, amigável ao mercado (market friendly) e orientado pelo e para o mercado (market oriented)” (VAINER, 2009, p. 4), este é o tom dos discursos dos especialistas que conferem legitimidade ao projeto olímpico brasileiro e que, inclusive, deram substância ao Dossiê de Candidatura.

 Fernando Mascarenhas;Pedro Fernando Avalone Athayde;Mariângela Ribeiro dos Santos; Natália Nascimento Miranda.  O BLOCO OLÍMPICO: ESTADO, ORGANIZAÇÃO ESPORTIVA E MERCADO NA CONFIGURAÇÃO DA AGENDA RIO 2016.