Pensar à prática!

"Para cada homem com todas suas funções, a sociedade possui um substituto em potencial à espera." (Adorno)

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Como se deu o surgimento do esporte? (2 A e B)

Esporte e cidadania

             Do século XVI em diante a Europa começa a sofrer um intenso processo civilizador, processo esse em que o autocontrole, os modelos de condutas sociais e de sensibilidade à violência começam a transformar-se drasticamente em uma determinada direção. (ELIAS, 1993, p.41).
Nessa época, século XVI, a burguesia não incomodava a nobreza, muito menos seus privilégios; não havia na classe superior nada que lembrasse as classes mais baixas, exceto o sentimento de desprezo (Idem, p.220)
             Já no séc. XVIII, a burguesia havia se consolidado como um poderio econômico, porém, o prestígio social e político ainda permaneciam com a nobreza, mas, com o aumento das cadeias de interdependências, o rei se viu obrigado a atrelar-se à burguesia devido às suas vantagens econômicas.
 
                Durante o século XIX, especialmente na França, acontecia a consolidação da burguesia como classe social que para manter sua hegemonia, como classe dominante, precisava investir na construção de um novo homem “um homem que possa suportar uma nova ordem política, econômica e social, um novo modo de reproduzir a vida sob novas bases” (SOARES, 2001, p.5).
                  A Educação Física adquire uma grande importância na consolidação deste projeto de construção de um novo homem, pois ela passará a ser a própria expressão da sociedade do capital. A Educação Física, através de seus métodos promoverá a automatização dos gestos, tornará os homens disciplinados e promoverá a saúde.
                 
                Neste período, início do século XIX, a Europa se encontrava em grande expansão econômica e a necessidade de mão-de-obra para trabalhar nos mais diversos setores da produção industrial era premente, o que ocasionou um grande inchaço das cidades e acabou criando miséria nas periferias das cidades proporcionando um modo de vida degradante. O rápido e desordenado crescimento das cidades não foi acompanhado pela ampliação dos serviços de saneamento básico e outros mais básicos, como limpeza das ruas e serviços sanitários. Como conseqüência começam a aparecer as grandes epidemias, como a cólera e o tifo, dentre outras, demonstrando a grande deterioração do espaço urbano.
                   Em 1848, essa massa de pessoas que vivia em condições subumanas, que tinha uma jornada de trabalho de 13 a 16 horas diárias, que recebia salários insuficientes para a subsistência, que vivia excluída de todo o processo de crescimento da sociedade, começa a tomar consciência de que formava uma classe social e começa a mostrar sua força de classe reivindicando melhorias sociais.
.
             Neste quadro social pintado pela elite, a Educação Física tem importância fundamental, pois esta será entendida como um eficaz instrumento para viabilizar a educação higiênica e moralizar os hábitos das classes populares (Idem, p.11)
              Concomitantemente a todo esse processo de evolução ideológica da elite o desenvolvimento do esporte passa a refletir o aumento da sensibilidade à violência e às normas de condutas. Basta compararmos os jogos da Idade Média, ou até início dos tempos modernos, realizados com bola como o futebol ou rugby e notaremos um significativo aumento da sensibilidade à violência. Podemos observar também a mudança de orientação no desenvolvimento do boxe, pois as formas mais antigas de boxe ou pugilismo não eram práticas totalmente desprovidas de regras, mas esta prática somente transformou-se em esporte quando foram adotadas ou criadas regras rígidas que tinham como principal função a proteção da integridade física dos praticantes (ELIAS, 1992, p.42).
            Portanto, com a transformação da sociedade, necessariamente os passatempos da época também tiveram que se transformar para que pudessem atender aos interesses da sociedade, transformando assim, os antigos passatempos em esporte.
           
                Assim, há uma grande influência dos valores liberais no processo de construção do esporte. Acreditamos que essa articulação entre a proliferação dos esportes, a proliferação das escolas para as classes médias, a jornada de trabalho reduzida, a uniformização das regras, a igualdade de chances de vitória e o caráter utilitarista do esporte em relação à juventude, não se deram de maneira espontânea como se alguém tivesse idealizado e iniciado esse processo. Acreditamos que a elite identificou estes aspectos ou características durante a construção do processo de transformação dos passatempos em esporte e as articulou para que pudessem manter seus privilégios e disseminar uma ideologia con

Como se deu o surgimento do esporte? (2 A e B)

Esporte e cidadania

             Do século XVI em diante a Europa começa a sofrer um intenso processo civilizador, processo esse em que o autocontrole, os modelos de condutas sociais e de sensibilidade à violência começam a transformar-se drasticamente em uma determinada direção. (ELIAS, 1993, p.41).
Nessa época, século XVI, a burguesia não incomodava a nobreza, muito menos seus privilégios; não havia na classe superior nada que lembrasse as classes mais baixas, exceto o sentimento de desprezo (Idem, p.220)
             Já no séc. XVIII, a burguesia havia se consolidado como um poderio econômico, porém, o prestígio social e político ainda permaneciam com a nobreza, mas, com o aumento das cadeias de interdependências, o rei se viu obrigado a atrelar-se à burguesia devido às suas vantagens econômicas.
 
                Durante o século XIX, especialmente na França, acontecia a consolidação da burguesia como classe social que para manter sua hegemonia, como classe dominante, precisava investir na construção de um novo homem “um homem que possa suportar uma nova ordem política, econômica e social, um novo modo de reproduzir a vida sob novas bases” (SOARES, 2001, p.5).
                  A Educação Física adquire uma grande importância na consolidação deste projeto de construção de um novo homem, pois ela passará a ser a própria expressão da sociedade do capital. A Educação Física, através de seus métodos promoverá a automatização dos gestos, tornará os homens disciplinados e promoverá a saúde.
                 
                Neste período, início do século XIX, a Europa se encontrava em grande expansão econômica e a necessidade de mão-de-obra para trabalhar nos mais diversos setores da produção industrial era premente, o que ocasionou um grande inchaço das cidades e acabou criando miséria nas periferias das cidades proporcionando um modo de vida degradante. O rápido e desordenado crescimento das cidades não foi acompanhado pela ampliação dos serviços de saneamento básico e outros mais básicos, como limpeza das ruas e serviços sanitários. Como conseqüência começam a aparecer as grandes epidemias, como a cólera e o tifo, dentre outras, demonstrando a grande deterioração do espaço urbano.
                   Em 1848, essa massa de pessoas que vivia em condições subumanas, que tinha uma jornada de trabalho de 13 a 16 horas diárias, que recebia salários insuficientes para a subsistência, que vivia excluída de todo o processo de crescimento da sociedade, começa a tomar consciência de que formava uma classe social e começa a mostrar sua força de classe reivindicando melhorias sociais.
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             Neste quadro social pintado pela elite, a Educação Física tem importância fundamental, pois esta será entendida como um eficaz instrumento para viabilizar a educação higiênica e moralizar os hábitos das classes populares (Idem, p.11)
              Concomitantemente a todo esse processo de evolução ideológica da elite o desenvolvimento do esporte passa a refletir o aumento da sensibilidade à violência e às normas de condutas. Basta compararmos os jogos da Idade Média, ou até início dos tempos modernos, realizados com bola como o futebol ou rugby e notaremos um significativo aumento da sensibilidade à violência. Podemos observar também a mudança de orientação no desenvolvimento do boxe, pois as formas mais antigas de boxe ou pugilismo não eram práticas totalmente desprovidas de regras, mas esta prática somente transformou-se em esporte quando foram adotadas ou criadas regras rígidas que tinham como principal função a proteção da integridade física dos praticantes (ELIAS, 1992, p.42).
            Portanto, com a transformação da sociedade, necessariamente os passatempos da época também tiveram que se transformar para que pudessem atender aos interesses da sociedade, transformando assim, os antigos passatempos em esporte.
           
                Assim, há uma grande influência dos valores liberais no processo de construção do esporte. Acreditamos que essa articulação entre a proliferação dos esportes, a proliferação das escolas para as classes médias, a jornada de trabalho reduzida, a uniformização das regras, a igualdade de chances de vitória e o caráter utilitarista do esporte em relação à juventude, não se deram de maneira espontânea como se alguém tivesse idealizado e iniciado esse processo. Acreditamos que a elite identificou estes aspectos ou características durante a construção do processo de transformação dos passatempos em esporte e as articulou para que pudessem manter seus privilégios e disseminar uma ideologia con

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

A violência e as artes marciais - 8 A e B


A VIOLÊNCIA E AS ARTES MARCIAIS



A violência hoje praticada em áreas urbanas está crescendo muito e chegando a níveis intoleráveis por todos nós.

Não só adultos como também a juventude de hoje está cada vez mais violenta principalmente pelo fato de que vivemos em uma sociedade que constantemente faz apologia a violência como formas de heroísmos e glórias. Essas manifestações de violência chegam até nós de diversas formas tais como: televisão, cinema, desenhos animados, brincadeiras infantis com uso de armas de brinquedo, e outros costumes que invariavelmente incitam atos violentos.

Muitas pessoas temem as artes marciais e seus praticantes porque acham que são eles os responsáveis pela violência neste mundo. Uma vez que eles aprendem técnicas consideradas "mortais" ou "fatais", a mídia acredita que os artistas marciais são violentos e, sem exagero, perigosos.

Então para que servem o uso das artes marciais? - pessoas poderiam perguntar. Servem, antes de tudo, para modificar em tudo na vida de uma pessoa. Até em atividades que não tenham nada a ver com esporte ou movimento, a pessoa apresenta um rendimento e uma criatividade maior. Contribuem também na formação da personalidade da criança inciando os treinamentos juntamente com as atividades escolares.

Além de melhorar a vida de uma pessoa, as artes marciais ajudam o artista marcial a encarar a violência como um mal que pode ser combatido e não como uma arma a ser usada. Para que brigar??? Para que machucar ou matar alguém?? O que se ganha com isso?O problema da violência crescente nos dias de hoje está enraizado na organização familiar e social  bem como nos problemas sociais em que vivemos.

Nossos jovens crescem e se educam aprendendo que atos de bravura e heroísmos são sinônimos de violências de diversas formas. O poder da TV nos dias de hoje intensifica ainda mais essa penetração de tais conhecimentos deturpadores dentro de nossas casas.

Nossos governantes ainda mantém uma política de combate a violência centrada em repressão e punições enquanto a idéia mais adequada seria investir muito mais em educação e no controle de informações com conteúdos violentos veiculadas por todos os seguimentos da mídia. Também seria aceitável a melhora considerável das condições de cidadania das pessoas que dessa forma retomariam aquele sentimento de humanidade há tanto perdidos.

O que vemos na maioria dos casos é um explosão de violência juvenil que assusta ainda mais nossas comunidades. Todos os dias assistimos nos noticiários que atos de violência foram cometidos na maioria dos casos por menores infratores.

O problema se agrava ainda mais pelo fato de a legislação que cuida dos direitos e deveres dos menores em nosso país (Estatuto da Criança e do Adolescente) servir de escudo para esses menores praticarem qualquer tipo de ato ilícito. Essa mesma legislação que protege o menor digno e bom cidadão protege também o menor infrator e em muitos casos assassino também.


Professor Wilton M. Rosa - Faixa Preta 1.º DAN
Filiado à C.B.T.K.D. e à F.P.T.K.D.
O que você ou o grupo entendeu após a leitura do texto?

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Corpo, movimento e saúde - 3° ano A



Os movimentos corporais estão presentes na vida mesmo antes do nascimento, eles são parte integrante do nosso ser, da mesma forma que precisamos do alimento, da água, de carinho, amor e afeto, necessitamos dos movimentos para nossa sobrevivência. A criança utiliza os movimentos para suprir suas necessidades básicas e é através deles que medimos o progresso da criança. Na idade pré-escolar a criança é um ser dinâmico, cheio de indagações espontâneas e com múltiplas habilidades físicas, sua habilidade motora é utilizada para a expansão do seu desenvolvimento global.

Os movimentos possibilitam uma maior proximidade com o mundo da criança, melhora a condição física e de saúde, ajudam a desenvolver os comportamento cognitivo e afetivo-social. A imagem corporal, a auto-estima, o conceito que ele terá sobre seu corpo será dado em maior parte pelos movimentos. Do zero aos sete anos toda educação da criança é feita através dos movimentos, ela tem necessidade de exercitar os músculos, reforças a estrutura óssea, desenvolver os pulmões, enriquecer o sangue, harmonizar as conexões nervosas... o exercício através dos movimentos é para criança tão indispensável quanto à alimentação. Daí podem sentir a importância que a EDUCAÇÃO FÍSICA tem como disciplina e o que ela de trás benefícios para o desenvolvimento das crianças e do ser humano em geral.

Os benefícios que a ATIVIDADE FÍSICA traz através dos movimentos são numerosos e podemos ver que eles atuam nos comportamentos humanos sejam ele cognitivo (operações mentais), o afetivo-social (sentimento e as emoções) e o principal o comportamento motor (fazem parte todos os movimentos). Em seguida veremos todos os benefícios que os movimentos trazem para os diversos sistemas que compões o corpo humano seja ela criança, jovem ou adulta.

No sistema muscular os movimentos dão aos músculos mais força, agilidade, flexibilidade, resistência, elasticidade, coordenação motora, equilíbrio e alongamentos. No sistema Nervoso harmoniza as conexões nervosas dando mais relaxamento, evitando o stress, a fadiga, a ansiedade e a depressão promovendo hábitos salutares de alimentação e higiene. No sistema circulatório tem a diminuição da freqüência cardíaca em repouso ou em movimento, o aumento das cavidades do coração com maior volume de ejeção de sangue nas veias e artérias evitando entupimentos e possíveis infartos. No sistema respiratório o aumento na capacidade da respiração levando maior volume de ar aos pulmões e conseqüentemente oxigênio mais puro para o sangue alimentando melhor as células e todo organismo, fortalecimento dos alvéolos evitando doenças e como terapia em várias doenças cardiorespiratórias e maior capacidade aeróbica No sistema esquelético reforça toda estrutura óssea evitando no futuro a osteoporose.

Muitos são os benefícios que os movimentos trazem para um melhor desenvolvimento e desempenho do nosso corpo como os tratamentos na fisioterapia em recuperação de movimentos perdidos, na gravidez os movimentos adequados ajudam a mulher a ter melhor desempenho no parto, além de fortalecer as paredes abdominais dando maior rigidez evitando a chamada "barriga d'água", melhora o desempenho sexual, o cérebro passa a ter maior irrigação melhorando os pensamentos, a pratica da ginástica, dança, natação... diminui o interesse aos vícios das drogas e do álcool, melhora a estética do corpo, dando maior rigidez à pele, seios, nádegas, melhorando o tônus muscular.

Com a pratica dos exercícios físicos teremos um coração mais vigoroso, artérias livres de gorduras, articulações azeitadas, níveis de açúcar normais, equilíbrio hormonal, sono mais tranqüilo, pressão normal, bom humor, postura correta, melhora da auto-estima, mais fôlego, as mulheres passam a ter mais alívio da TPM, mamas protegidas contra câncer, os homens a próstata mais protegida, os dois passam a ter mais entusiasmo no sexo, memória mais afiada, ossos mais forte e sistema imunológico reforçados.

Temos de ter em mente que a modernidade com toda sua tecnologia significou um retrocesso para os movimentos corporais e que o sedentarismo potencializa as ameaças de saúde para o ser humano. Na revista veja de dezembro, 2003, diz que a inatividade física está relacionada a 35% das doenças cardiovasculares fatais, a 35% dos óbitos por diabetes e a 32% das mortes por câncer de cólon. Cerca de Dois milhões de pessoas morrem por ano, no mundo todo, em decorrência do sedentarismo.
 
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Esporte e cidadania - 2° ano A e B


Esporte e construção da cidadania

Até 15 ou 20 anos atrás, a formação generalizada em nosso país era produzida ao “ar livre”, pelas brincadeiras de rua, pelos jogos e pelos espaços disponíveis, desenvolvendo as habilidades fundamentais de corrida, saltos, lançamentos, galopes, além de movimentos de chutar, rebater, rolar, agarrar, amortecer, receber, apoiar, equilibrar, balanças, girar, etc..

Estima-se, que no Brasil, quase três milhões de crianças participam e competem regularmente em algum tipo de esporte, quantidade esta bem inferior àquela que nem sequer vai às escolas e, ainda, inferior a que já está precocemente no mercado de trabalho. Mesmo assim, entre os profissionais da

Educação Física e do Esporte, muitos são contrários à participação das crianças. Um setor pessimista vê o Esporte para crianças como uma exploração da infância, com excessivas exigências, tanto físicas como psicológicas, para satisfazer mais aos adultos do que às próprias crianças. Os defensores do Esporte para crianças (dos quais eu faço parte), preconizam desenvolvimentos psicológicos altamente desejáveis como cooperação, motivação, respe. Onde estará a verdade? No meu entendimento, a verdade está em algum ponto de equilíbrio, em uma região em que predomina o bom senso. Sendo um fervoroso defensor de todo tipo de práticas, esportivas ou não, penso haver maior potencial de benefícios do que malefícios.

Independentemente de nossas opiniões acadêmicas, as crianças sempre vão querer participar das atividades esportivas, visto sua força social no mundo atual. A questão, então, não é se a crianças deve ou não participar, mas sim como essa participação pode ser realizada, tendo como referência sua saúde e o respeito pela sua individualidade biológica.ito, capacidade de lidar com o sucesso e o fracasso. A participação das crianças no Esporte não pode estar subordinada a interesses pessoais, que valorizem unicamente o rendimento, pois elas têm o direito de participar num ambiente seguro, em um nível compatível com seu desenvolvimento. Acima de tudo, participar como criança e não como adulto. É preciso ter em mente que, ao privar as crianças de seus direitos básicos de desenvolverem suas capacidades, estamos negando-lhes a cidadania. Num país em que apenas uma minoria tem acesso à prática regular do Esporte, seria altamente desejável que nossos esforços se concentrassem em oferecer essa prática a todas as crianças.
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sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Jogos e brincadeiras tradicionais - 1° A e B


Jogos e brincadeiras tradicionais

Grande parte dos jogos e brincadeiras tradicionais que encantam e fazem parte do cotidiano de várias gerações de crianças estão desaparecendo na atualidade devido às transformações do ambiente urbano, da influência da televisão e dos jogos eletrônicos. Pesquisas atuais mostram a importância de resgatar os jogos tradicionais na educação e socialização da infância, pois brincando e jogando a criança estabelece vínculos sociais, ajusta-se ao grupo e aceita a participação de outras crianças com os mesmo direitos. Obedece às regras traçadas pelo grupo, como também propõe suas modificações.

Aprende a ganhar, mas também a perder. Na experiência lúdica, a criança, assim como o adulto, cultiva a fantasia, vivencia a amizade e a solidariedade, traços fundamentais para se desenvolver uma “cultura solidária” na sociedade brasileira atual. Este artigo aborda a origem do universo lúdico das crianças brasileiras, a partir dos escritos e pinturas dos viajantes estrangeiros entre os séculos XVI e XIX e obras literárias .Para identificar e caracterizar as brincadeiras tradicionais infantis recorremos a autores como Cascudo, Gilberto Freyre, Jean Château, Michel Manson, João Amado, Florestan Fernandes, Kishimoto e outros. Estes autores evidenciam a importância do universo lúdico para o desenvolvimento infantil, pois eles foram e continuam a ser uma verdadeira “introdução ao mundo”.

Os jogos tradicionais infantis são provenientes de rudimentos de romances, contos, rituais religiosos e místicos abandonados pelo mundo adulto. Anonimato, oralidade, tradição, conservação, mudança e universalidade são características desses jogos. Canções de roda, advinhas, parlendas, histórias de fadas, bruxas, lobisomens, e jogos de bolinhas de gude, pião, amarelinha, pedrinhas (saquinhos), a pipa, entre outros, foram divulgadas pelos colonizadores portugueses quando vieram para o Brasil. A pipa ou o papagaio trazido pelos portugueses no século XVI tem origem nos povos orientais. Segundo a enciclopédia chinesa Khe-Tchi-King-Youen, a pipa foi inventada no ano 206 a.C, pelo general chinês Hau-sin, com finalidade de estratégias militares, servindo de comunicação entre os soldados para enviar notícias a locais sitiados ou pedidos de ajuda.          
A miscigenação índio-branco-negro e a falta de documentação sobre os jogos dos meninos negros no período colonial dificultam a especificação da influência africana no folclore infantil. Entretanto, pela linguagem oral que a mãe preta transmitiu para as crianças o conto, as lendas, os mitos, as histórias de sua terra. Na época da escravidão era costume do menino branco receber um ou mais moleques negros como companheiros de brincadeira que lhe serviam como cavalo de montaria, burros de liteira, de carro de cavalo, em que um barbante serve de rédea, um galho de goiabeira de chicote. Os sinhozinhos reproduziam nas brincadeiras as relações de dominação.
As meninas, ao brincarem os jogos de faz-de-conta, reproduziam a vida do engenho, onde as meninas negras eram tratadas como servas pela sinhazinha. Entretanto, longe do controle dos adultos essa relação se invertia, particularmente, nas brincadeiras de pião, papagaio, matar passarinhos, subir em árvores, a liderança era dos moleques negros, prevalecendo às habilidades do jogador. Da tradição indígena ficaram as brincadeiras de barbantes, atualmente conhecidas como cama-de-gato e o gosto pelos jogos e brinquedos imitando animais. Podemos perceber que, apesar da convivência de diferentes raças a influência portuguesa foi preponderante nas brincadeiras e jogos infantis das crianças brasileiras.
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Lutas marciais e atualidade - 9° anos A e B


Lutas marciais e atualidade


Importante é perceber o quanto e como as lutas e artes marciais estão presentes em nossa sociedade atualmente, os meios e as formas pelas quais chegam até nós. Podemos passar quase desapercebidos das suas manifestações, esquecendo que são parte da cultura do movimento humano, historicamente produzidas e enriquecidas com a cultura dos seus povos de origem.
Como não ser parte desse universo especial abundante de movimentos acrobáticos, culturas milenares, e tão próximos de todos nós como os movimentos rudimentares de proteção e defesa do nosso corpo, quando estamos em perigo. Ainda hoje “educados” por filmes e desenhos animados como “Karatê Kid”, “Kill Bill”, “Jiraya”, “Power Rangers” e “Matrix”, exagerados em efeitos especiais e animações computadorizadas, mostrando uma versão superpoderosa dos personagens lutadores, apresentam uma visão “ocide anosntalizada” das artes marciais que as resumem ao domínio dos movimentos físicos, quase ignorando totalmente os aspectos filosóficos dos quais as artes orientais são muito ricas.

Através da televisão as crianças podem ver muitos desenhos que mostram muitas lutas entre os personagens, usando várias das artes marciais conhecidas. Em desenhos animados, como “Yuyu Hakusho” ou “Meninas Superpoderosas”, a influência pode ser ainda mais forte nos “telespectadores mirins” devido à auto-identificação com personagens crianças, que, não fugindo a regra, são sempre dotados de habilidades de luta e muitos superpoderes e despertam nas crianças a vontade de, quando crescerem, terem a mesma capacidade e características destes astros do mundo da ficção.
                Estudos experimentais realizados na década de 60, em pequenos grupos de crianças, apresentando a conclusão de que as crianças que assistem muita televisão tem propensão a tornarem-se mais agressivas: Os espetáculos violentos não afetam apenas o seu comportamento, mas também as suas crenças e valores e as crianças que vêem muita televisão temem mais a violência do mundo real. Em contrapartida, outras ficam insensíveis a essa violência.
As muitas formas como as informações são transmitidas até nós definem o processamento da nossa percepção e podem influenciar na formação dos nossos conceitos, na nossa compreensão sobre as lutas de uma forma geral.
Uma matéria sobre lutas e artes marciais em um programa de esportes, ou mesmo a cobertura dos Jogos Olímpicos, transmite uma ideia de esporte, para as artes marciais. A sugestão de significado das artes marciais, e também o estímulo gerado no telespectador, neste caso, é o de ser uma prática desportiva.
Um jogo de videogame permite que a criança e também o adulto realizem virtualmente todas as façanhas que ele vê nos filmes e desenhos animados. A vitória em um jogo é fácil e rápida. Dependendo de muito pouco esforço do jogador. Não há necessidade de treinamentos prolongados em academias de artes marciais.

Dessas formas, as lutas e as artes marciais participam do nosso cotidiano. Essas e outras fontes acabam respondendo por muito do conhecimento que construímos, repercutindo em uma visão reduzida, e um tanto distorcida, de todas as formas de luta. No Brasil, não somos iniciados em uma arte marcial específica, como ocorre na China, ou na Coréia do Sul, por exemplo, onde, respectivamente, o Kung Fu e o Taekwondo fazem parte do currículo escolar. Trata-se de uma questão cultural do nosso país.

A Capoeira, tão popular e presente na nossa história, poderia ser elevada à condição de “arte marcial nacional”, como é o Kung Fu na China.
Mesmo com a prática de apenas uma modalidade, ocorre a aproximação do aluno escolar com o universo das lutas, devido às oportunidades que surgem de discussão sobre as demais formas de luta. Oportunizaria ao educando, ao menos, desenvolver uma compreensão correta e não preconceituosa quanto às artes marciais.

De um profissional da educação pelo movimento, espera-se que transmita corretamente o significado sem incorrer nos conceitos populares ou adquiridos de fontes sensacionalistas, como o cinema. Na Wikipédia, enciclopédia online, encontramos que “As artes marciais são sistemas de práticas e tradições para treinamento de combate, usualmente (mas nem sempre) sem o uso de armas de fogo ou outros dispositivos modernos”. No Karatê Barretos, popular sítio de informações sobre Karatê, encontramos a seguinte definição: É tudo o que possibilita ao praticante conhecer a natureza da própria mente, e, através desse conhecimento, buscar o autodomínio [sic]. As técnicas das Artes Marciais foram desenvolvidas baseadas nas forças que regem o Universo (Ying e Yang). Os antigos guerreiros não treinavam apenas sistemas de lutas ou de armas, eles também eram obrigados a ter profundos conhecimentos filosóficos, escreverem poesias e a tocarem pelo menos um instrumento, para aprenderem a ser flexíveis e homens cultos.
                    Atualmente, as artes marciais são praticadas visando diferentes finalidades como desporto, lazer, participação de um grupo social, defesa pessoal, disciplina da mente, condicionamento físico. Algumas pessoas também utilizam as artes marciais como uma forma de catarse do estresse diário. As pessoas, geralmente desejam e procuram estímulos que provocam ‘estados de agitação’, excitações e estímulos emocionais, na maioria das vezes, como um meio de fuga da mediocridade, do trabalho enfadonho, do tédio da vida rotineira, ou para a catarse de inibições forçadas e frustrações acumuladas.

Para os atletas, o esporte serviria como um canal para expressar principalmente as tendências agressivas, como um meio para sublimar as tendências anti-sociais, tornando seus praticantes mais sociáveis e amistosos, ou seja, serviria para que a agressividade se expressasse de maneira inofensiva e aceitável e fosse transformada em hábitos saudáveis.
                  O termo “artes marciais” refere-se às artes de guerra e luta. Hoje, o termo artes marciais é usado generalizadamente para todos os sistemas de combate de origem oriental (Aikido, Muai Thay, por exemplo) e ocidental (Capoeira, Savate francês), com ou sem o uso de armas tradicionais. No oriente existem outros termos mais adequados para a definição destas artes como Wu-Shu na China e Bu-Shi-Do no Japão, que também significam artes de guerra, ou “Caminho do Guerreiro”.

Nas artes marciais orientais, encontram-se conotações filosóficas que definem a aplicação dos conhecimentos de luta. No Jiu-jitsu, por exemplo: “vencer cedendo” (contrário da “lei do mais forte” ou lei da vida no hemisfério ocidental). Explicação dada pela Enciclopédia Britânica (“martial art”) distingue as artes marciais orientais da seguinte maneira: é dada ênfase no estado mental e espiritual do praticante. [...] um estado em que as funções de raciocínio e cálculo da mente ficam suspensas de tal forma que mente e corpo possam reagir imediatamente como uma unidade, refletindo a situação em mudança ao redor do combatente. Quando este estado se completa, desaparece a experiência diária do dualismo entre sujeito e objeto. Alcançar esse estado de espírito é também o objetivo central de filosofias de vida como taoísmo e zen-budismo e, desta forma, tanto há pessoas que praticam alguma arte marcial como forma de adestrar-se filosófica e espiritualmente, quanto há lutadores que, queiram não queiram, se tornam autênticos filósofos.
                   As lutas foram adaptadas para serem desenvolvidas na forma de competições (“jogos”, ou seja, com regras, limitações,...) sendo viabilizadas para serem praticadas por pessoas alheias aos preceitos filosóficos e aos significados culturais relacionados. A maioria das modalidades dos esportes de luta que conhecemos hoje estão elevadas a um estado esportivo que descaracteriza o próprio conceito de arte marcial: “esporte de luta” é a denominação que recebem em eventos esportivos, como as Olimpíadas.
Ainda que não tenha origem oriental, a nossa capoeira também está definindo-se como arte, expressão corporal, esporte, atividade física para a saúde, lazer, socialização.

A “capoeira ‘se joga’: não é ‘arte marcial’ de iniciativa agressiva”.
Dentre os estilos ocidentais de luta podemos citar: Savate, Kick Boxing, Boxe, Luta Livre, Capoeira, Esgrima, Sambo, Krav Magá, e outros. Algumas modalidades de lutas foram criadas a partir da união de várias artes. O Kick Boxing, por exemplo, é uma união do Boxe, do Karatê e do Taekwondo.
A Esgrima é considerada uma arte marcial ocidental. Devido às suas origens militares, são consideradas artes marciais esta e outras formas antigas de combate como o Arqueirismo e o Hipismo.

Além disso, confundem-se modalidades de lutas e artes marciais com eventos onde participam lutadores de diversas modalidades, os chamados “Mixed Martial Arts” (MMA). Como exemplos conhecidos de “MMAs” existem o “Vale-tudo”, criado no Brasil, “Ultimate Fighting Championship” (UFC) e “Pride”, que são os maiores campeonatos mundiais desse tipo. Os “MMAs” nada mais são que esportes onde participam lutadores de quaisquer artes marciais (Boxe, Luta Livre, Muai Thay, Judô, etc), sendo comum nas disputas o uso de técnicas de duas ou mais modalidades de artes marciais.
Texto na íntegra:
 http://lutasescolar.vilabol.uol.com.br/index.html




O texto aqui apresentado é oriundo de um estudo elaborado sob o tema “Lutas na Educação Física Escolar alternativas pedagógicas".
Acessado em 27/09/2010 no  sítio 
http://lutasescolar.vilabol.uol.com.br/cap_um.html
Fonte da imagem:
 http://www.sense-datum.org/tim/archive/2005/06/06/kill_bill
Todas as informações nela contida são de responsabilidade do autor.
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