O termo cultura do movimento
tem sido divulgado na Educação Física brasileira a partir dos estudos do
professor Elenor Kunz (1991), professor da Universidade Federal de Santa
Catarina, quando ele retornou da Alemanha, onde realizou seus estudos de doutoramento.
Este termo é compreendido como critério organizador do conhecimento da Educação
Física escolar.
A proposta do professor Elenor
Kunz (1991) ultrapassa a concepção de movimento humano reduzida a um fenômeno
meramente físico, tido estritamente como um deslocamento do corpo no espaço,
presente na visão de educação que o autor questiona. Ao considerar o ser humano
que realiza o movimento, essa proposta passa a reconhecer as significações
culturais e a intencionalidade do movimento humano. Para tanto, o autor
problematiza a concepção mecanicista de corpo e de movimento, na qual o corpo
está separado do mundo, buscando fundamentos na concepção fenomenológica de
corpo e de movimento, ou seja, na ideia de que o ser humano é inseparável do
mundo em que vive.
Nessa definição, as noções de comportamento e consciência
corporal indicam uma compreensão fenomenológica para responder as questões do
movimento humano e suas relações com a cultura. Na definição de Dietrich
(1985), percebemos que o termo “cultura do movimento” é compreendido como termo
genérico para objetivações culturais, nas quais os movimentos são os mediadores
do conteúdo simbólico, referindo-se à forma como os povos se movimentam. Todos
os povos se movimentam, caminham, correm, saltam, rolam ou praticam esportes,
mas também se relacionam. A este conteúdo cultural corresponde comportamento de
movimento, formas de movimentar-se, caracterizando assim uma cultura de
movimento. Nesse sentido, o conceito de cultura de movimento refere-se às
relações existentes entre essas formas de se movimentar e a compreensão de
corpo de uma determinada sociedade, comunidade, de uma cultura.
Qual a definição de cultura corporal de movimento segundo a
proposta de Elenor Kunz?